terça-feira, dezembro 31, 2013

Para 2014... Não se afaste do seu melhor amigo

Melhor amigo

Quando toco meu violão
sinto que não são suas cordas
que sinto vibrar em minhas mãos
e sim as cordas do universo

Não sabemos de onde vem
nem para onde vão
mas com certeza passaram por aqui,
sinto seus rastros

As cordas imprevisíveis do amor,
da alegria, da celebração,
as tristes cordas da mágoa, da rejeição,
e as invisíveis cordas da saudade...
Rastros em nós.

Nós que revelam quem somos
o que, quem queremos ser
quando estamos a sós

Que nós mesmos também temos uma corda
que nos impulsiona, nos detém
nos dá ritmo e melodia...

Por isso quando toco as cordas do violão
fico mais próximo do meu melhor amigo

meu coração.

Marlos Drumond

sexta-feira, dezembro 20, 2013

No, hay que tomar las cosas a pecho



Me llama mucho la atención una expresión que dice: “No hay que tomar las cosas a pecho”. Creo que entienden que nada debe acercarse al corazón y entonces lo encierran, lo disminuyen, lo aprietan, lo congelan hasta que casi desaparezca o construyen a su alrededor muros gigantes, con guardias armados de miedo hasta los dientes. Estos muros, hay que hacerlos lo más alto posible, para que nadie pueda divisar la pequeña casita de cristal que hay adentro: la morada de un yo raquítico, tan débil, lastimado, miedoso y avergonzado que debe ser protegido cueste lo que cueste. Este yo tiene tanto miedo del mundo y sus incertidumbres, que para prevenir el posible dolor, congela el propio corazón. Se aleja de quien más pueda amar (tampoco sabe si esto es posible, amar…), está seguro que no lo merece, no tiene dudas, NO LO MERECE!

Confieso que me impresiona un pecho así de débil, un corazón así de débil, así de cobarde. ¡Un corazón que no recibe a nada ni a nadie! Hay que tener coraje para llevar las cosas a pecho. Hay que tenerlo fuerte para dejarlo sangrar… Y después sanar las heridas. Hay que tenerlo abierto, despierto, vivo para seguir adelante [vivir no es solo sufrir sino también alegría – y “la alegría no es solo brasilera”]. Porque si lo llenas de candados de miedo, antes de cerrarlos, hay que acordarse de llevar junto dos moneditas para el Caronte.

Ps: Buenas Fiestas!


quarta-feira, dezembro 18, 2013

Seja água...



Be water

O movimento da vida não pára
mesmo que você insista
em ser como uma grande pedra
no meio do caminho,
ela vai passar por você
como o fluxo de um rio

Queira você ou não

A vida escreve sua história
com letras invisíveis para alguns
mas sempre de maneiras misteriosas

Ela ensina que tudo se vai
seus amores, seus amados
suas ilusões...

Alguns tentam ser pedras leves
e se deixar levar
sem se preocupar
mas ainda assim são levados
e nunca gostam quando chegam lá

A água... essa sim
é levada apenas onde precisa ir
pela necessidade de fluir
Melhor ainda
é ser água do seu próprio rio.

Já que tudo se vai
vá, mas não levado
Vá, lado a lado com a vida
ela é a única que vai com você
até o final.


Marlos Drumond

domingo, dezembro 08, 2013

Da Angústia...

Angst

A liberdade tem um preço
não poder escolher
esquivar-se 
das próprias escolhas

Escolher uma vida
é deixar sempre outra vida de lado
outras vidas...
E não olhar nunca para trás

Arrepender-se não é voltar
e corrigir o passado
Até mesmo voltar já é outro ato
Porque esta vida é uma peça de teatro,
não há desculpas
e tampouco há ensaio.



Angst

La libertad tiene un precio
no poder elegir
escabullirse
de sus propias elecciones

Elegir una vida
es siempre dejar otra vida de lado
otras vidas…
Y nunca mirar hacia atrás

Arrepentirse no es volver
y corregir el pasado
Mismo volver ya es otro acto
Porque esta vida es una obra de teatro,
no hay excusas
y tampoco hay ensayo.



Marlos Drumond

domingo, novembro 03, 2013

Mil desertos


Mil desertos

Que vastidões pode
este amor atravessar?
Neste instante, é o corpo
que padece, implora numa prece
para que meu espírito
chegue até você

A falta da tua sombra
me é insuportável!
Como toleras que as areias
dos mil desertos da solidão
inundem, tal praga de gafanhotos
este humilde,
demasiadamente humano coração?

O céu está mudo
sem teus olhos nos meus
Será proibido amar mais
do que o corpo clama?

Creio que minhas mãos
nunca vão se cansar
de buscar pelo oásis da tua pele
nestas areias...


E num dado momento
quando estiveres distraída,
te peço, amor,
apure os ouvidos
para o canto do vento

Canto que me consome...
É este amor de tantas vidas
que só quer encontrar
o teu nome

O     t   e   u

n       o        m        e .  .  .

sábado, novembro 02, 2013

Som do Beijo

Fala gente boa! É, tomei coragem e agora estou fazendo áudio dos meus poemas... Mas vamos pouco a pouco, sem pressa... O primeiro deles é "Beijo". Só clicar no link aqui embaixo. Espero que gostem.
Abraço a tod@s!

https://soundcloud.com/marlos-villalba/beijo

terça-feira, outubro 29, 2013

Les mando un beso

Beso

Qué es un beso?
Sino un juego
de labios, lengua y deseo

Un deseo jugoso
juguetón
pulsante
y macizo

como la espada que corta la carne
abre espacio para la sangre hirviente
la roca liquida
de un calor incontrolable

Un deseo interminable
de jugar con fuego
de dejar deslizar su lengua
por la piel

Y por qué preocuparse
en competir?
El juego ya está perdido

De una manera o de otra
nadie sale ileso
el fuego siempre gana


domingo, outubro 20, 2013

Beijo pra vocês

Beijo

O que é um beijo
senão um jogo
de lábios, língua e desejo?

Um desejo suculento
brincalhão
pulsante
e maciço

como o aço que corta a carne
abre espaço para o sangue fervente
a rocha líquida
de um calor incontrolável

Um desejo interminável
de brincar com fogo
de deixar sua língua
deslizar pela pele

Por que preocupar-se
em competir?
O jogo já está perdido

De uma maneira ou de outra
ninguém sai ileso
o fogo sempre ganha

segunda-feira, outubro 07, 2013

E a busca nunca termina....

A penúltima palavra

Quatro da manhã
Nessa hora até a lua
já dormiu
e o sol ainda sonha

Ao longe um ruído
perdido na noite
E eu aqui
cavando palavras
no chão do pensamento

Encontro tantas palavras fáceis...
Poucas certas
(as palavras certas são tão fugazes...)

Não me distraio
e sigo cavando com vontade
com vontade de encontrar
aquela...

Aquela palavra
imprescindível
a palavra que me separa
da morte
do nada

Depois de tanto buscar
de tanto chorar
cavar este chão árido
tão ávido do pensamento

minhas mãos cansadas
de tantas palavras sujas
tocam, enfim, aquela
superfície áspera e dura

Fria como o gelo
traz consigo a própria escuridão
que nenhuma luz alcança
Aquela que guardamos quase esquecida
trancada dentro do coração:

Solidão


segunda-feira, setembro 30, 2013

Luto

A educação do Rio de Janeiro está em crise há mais de 10 anos... Desde os primeiros projetos de "melhorar" o desempenho dos alunos com a aprovação automática até o total descaso atual, o abandono completo e irrestrito da instituição social das mais importantes: a escola, que em vez de tentar reinventá-la e melhorá-la com métodos psicopedagógicos que se aproximem da realidade dos alunos (ver Paulo Freire e Darcy Ribeiro) há uma depredação, estilhaçamento, destruição da educação de uma forma geral, apenas colocando a escola num lugar de produtora de analfabetos "funcionais". Nem vou chegar a discutir esse termo... 

Venho acompanhando a luta dos professores e nunca pensei que ia chegar ao ponto de quando eles protestam LEGITIMAMENTE por seus direitos trabalhistas, ele, do alto do seu autoritarismo, manda - sim manda, porque a polícia recebe ordens do mais alto cargo do poder executivo, no caso o governador, já que a polícia é estadual [aliás, todo esse sistema hierárquico da polícia é ridículo, resquício dos anos de chumbo]- seus policiais expulsarem à força (com uso de armas "não letais") os professores do seu local de manifestação (não importa qual seja, é DIGNO)!! SERVIDORES PÚBLICOS ESPANCANDO SERVIDORES PÚBLICOS QUE UM DIA FORAM SEUS MESTRES!!

Me faltam palavras pra dizer o quanto isso é absurdo e covarde....
Por isso deixo a poesia falar um pouco por mim:

Luto

Queria estar de luto
por todas as desgraças do mundo
o descaso com o outro
o egoísmo imundo
que inunda os corredores do poder

Queria, mas não posso.

Queria estar de luto
em prantos...
No enterro desses ideais mesquinhos
e que os cântaros de lágrimas
lavassem a alma do país

Queria, mas não posso.

Há algo no meu coração
que não me deixa descansar

São anos caminhando...
Já com a armadura em frangalhos
os pés calejados
a alma escaldada
mas a cara sempre limpa, o olhar no horizonte
sem medo do próximo golpe da vida
(porque ele virá)

Eu queria... Bem que eu queria
ficar de luto.
Mas não posso desobedecer
a ordem que o coração me dá
Então eu luto.

Marlos Drumond

sábado, setembro 14, 2013

Quando chegue a primavera...

Tudo dança

Cada vez mais o mundo me oferece
tanta coisa... mas tanta
que meus olhos se saturam

Fecho-os como se isso fosse
apagar minha mente

Muito pelo contrário...
Aí é que ela se acende

Ela continua escutando
sentindo a música das coisas
e me faz perceber que tudo ao redor
está dançando

Desde as folhas das árvores
os rios da Terra
até o fogo do Sol

Nós, inconscientes
dançamos todos a mesma dança
em ritmos diferentes

e o que nos separa é apenas
a ilusão da distância
de um passo.


Marlos Drumond



Todo danza

Más y más el mundo me ofrece
tanta cosa… pero tanta cosa
que mis ojos se saturan

Los cierro como si esto
fuera a apagar mi mente

Pero al revés
es ahí que se enciende

Ella sigue escuchando
sintiendo la música de las cosas
y así percibo que todo a mi alrededor
está bailando

Desde las hojas de los árboles
los ríos de la Tierra
hasta el fuego del Sol

Nosotros, inconscientes
bailamos la misma danza
en ritmos diferentes

y lo que nos separa
es solamente la ilusión de la distancia
de un paso

Marlos Drumond

quinta-feira, setembro 05, 2013

RUDE

Rude

Poesia falada
terna mente afaga
míngua fala
acalma a voz do coração
POETA, RUGE!

Poesia falada
lenta mente calma mente
não surpreende
crente que entende a voz do coração...
POETA, RUGE!

Poesia falada
líquida fuida diluída
emilharesdemicromalabares
fugidia subjacente
finge que nem sente mais a voz do coração
POETA, RUGE!

Mesmo que a poesia finja,
se dilua, mingue, fuja, traia
ela não se extingue
ela está, grande ou mini
na voz do coração
POETA, RUGE!

POETA, RUGE!

POETA, RUGE!

domingo, agosto 25, 2013

Apenas o mensageiro...



Carta branca

O poeta e o carteiro são iguais
ambos são apenas
mensageiros

Entregam as cartas
que lhes são mandadas de longe
lá de trás-dos-montes do tempo

Podem ser cartas de chumbo,
tóxicas, cheias de veneno
que dilaceram as entranhas
que dissipam como um tornado
as velhas teias de aranha

Podem ter os mais belos envoltórios
douradas, perfumadas
cheias de amor e doçura
que fazem derreter até mesmo
o coração de rocha mais dura

Tudo sempre depende
do recebedor...

Mas a melhor de todas
é a carta branca
não vazia de sentimentos
plana e solitária,
mas como um presságio...
cheia de esperança 

Marlos Drumond

sexta-feira, agosto 23, 2013

Blog novo, tudo novo!

Blog completamente renovado pra vocês que sempre estão aparecendo e dando uma olhadinha...
Mais agilidade, praticidade e se você não está entendendo o texto porque fala outra língua, tem também agora o "translator" do google aqui do lado pra dar um help...

Decidi trocar tudo porque sinto que o momento que estou passando é de mudanças. E é preciso encarar as mudanças sempre como oportunidades, não?  A primeira mudança é que na semana que vem, dia 26 de agosto, vou publicar meu primeiro livro (pela livraria Edital) em conjunto com outros 5 poetas cariocas de alta qualidade (sendo que 2 deles - Cirlene Fernandes e Elisa Gaivota - são minhas amigas de muito tempo e de grandes papos). O primeiro lançamento foi dia 17 de agosto, no meu bairro: Campo Grande, aqui no Rio de Janeiro. Foi surpreendente a quantidade de pessoas que foram. Um sucesso total (adorei publicar com vários autores)! E vai ser na Rua do Ouvidor, no centro histórico-cultural da cidade, na livraria Folha Seca. Estou numa expectativa danada pra tudo dar certo e ser tão lindo uanto no primeiro dia onde pessoas levaram seus instrumentos e tocaram Bach, Chorinho, Luiz Gonzaga entre outros... Tudo porque amam a arte! Isso é lindo.

Em suma, são momentos emocionantes que estou passando aqui no Rio (vendo também a voz das ruas se fazendo ouvir como nunca antes!) depois de 3 anos vivendo em Buenos Aires. Vou ter que voltar, mas esses dias vão ficar marcados em mim para sempre e queria compartilhar esse sentimento com vocês. Deixo aqui não um poema meu, mas um dos preferidos de meu grande mestre Carlos Drummond de Andrade. Evoé a todos!

Poema de Sete Faces

Quando nasci um anjo torto
desses que vive na sombra
disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
Que corresm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
Não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de peras:
Pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.

Porém meus olhos
nao perguntam nada.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.

Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

terça-feira, agosto 20, 2013

Sem título...


Cai a noite sobre a cidade
e as estrelas se levantam sobre mim
como que penduradas
no gigante móbile do universo

Pode ser que uma ou outra caia
podem todas cair
mas a saudade fica suspensa
no éter

Saudade... palavra etérea
e o sentimento...
maciço como um vulcão adormecido
escondido à plena vista
entre a bucólica paisagem



Marlos Drumond

terça-feira, junho 25, 2013

Quando a Maré encher...

Ainda não acredito no que escutei... mais pessoas mortas pela polícia na favela da Maré, no Rio de Janeiro. Incrível como lá nunca se usou balas de borracha... Me pergunto quando os policiais vão deixar de ser capitães-do-mato e quando a Maré vai se encher disso tudo!? Maré, considerem esse poema um barquinho pra iemanjá... um barquinho navegado só pela esperança. MARÉ RESPIRA!

Na respiração da Maré

Há os que se reservam
a observar o mar
Há os que rezam
pelos navegantes
Há os que se soltam nas ondas
e se deixam levar

Há os que respeitam o mar
conhecem a sua força
não o veem como obstáculo
mas sim, outro caminho
a trilhar

Esses ritmaram sua vida
pela respiração da maré
forte, lenta e constante
incessante reveladora de segredos
há tanto escondidos
nas profundezas da memória

E a maré nunca esquece seus filhos...

Com ela, sempre podem contar
pra ela sempre podem voltar
ela, que sempre lhes ensinou
a respeitar o mar

Hoje, na minha cidade
há maré vermelha...
Mas isto não significa
que o mar chegou a morrer

A maré está mais que viva!
Podem tentar sufocá-la...
mas ainda respira.
A maré sofre, mas resiste...
Resiste até ao BOPE

A MARÉ
NUNCA
DORME

Marlos Drumond


quarta-feira, junho 19, 2013

E um belo dia... O Brasil acordou!!



Um belo dia                                  

Hoje
o dia amanheceu
lindo

Nos parques
as crianças correm
sobem nas árvores da imaginação
e os casais passeiam
enamorados pelo mundo

A metrópole pulsa
arrítmica
e a vida segue
por vias incertas

Hoje o sol esgueirou-se
por ângulos diferentes
da cidade

Sua luz a desnuda

Hoje faz um belo dia
para a Poesia
sair à rua.

terça-feira, junho 18, 2013

Linha de frente

Que lindo o que ocorreu ontem no Rio e em várias outras capitais do país.... 17 de junho vai entrar para a História como o dia em que o Brasil acordou. Nunca vou esquecer essas imagens... As pessoas caminhando em paz rumo a um futuro que elas mesmas estão fazendo! Isso não tem preço e é lindo de se ver.
Agora posto outro poema que acho que tem muito a ver com o que estamos passando (ou o que está passando por nós) no Brasil. Há algo no horizonte e estamos indo atrás! Vamos todos!!!!

Linha de frente

Na batalha que segue
é meu coração
que toma a frente

Com sua armadura
em pedaços,
seu corpo frágil
comanda como um maestro, um regente

os arqueiros
da minha imaginação

a cavalaria
das minhas convicções

os soldados
das minhas palavras

E avança
contra o moinho de vento

J Á !


Marlos Drumond

segunda-feira, junho 17, 2013

Resistência Eterna (ACORDA BRASIL!)

"Deixe em paz meu coração... que ele é um pote até aqui de mágoa... e qualquer desatenção, faça não. Pode ser a gota d'água"
Diante de tudo o que está acontecendo no Brasil, não posso ficar calado... e acho que já vem acontecendo há muito tempo, só que ninguém aguenta mais tanta injustiça. Os 20 centavos foram só a gota d'água. Os empurrões da polícia só fizeram aumentar o movimento e as lágrimas pelo gás (lágrimas de sangue - que também não foram só pelo gás) só nos fizeram mais fortes, mais unidos. E somos muitos mais do que imaginávamos....
Este poema que publico agora já havia escrito há alguns anos, está até aqui no blog... mas entra como uma luva neste momento que tantos irmãos e irmãs estão resistindo a tantas violências. Acho que essa é a prova que eu nunca deixei de acreditar  que o Brasil fosse algum dia acordar do coma que está desde a década de 60 (senão de antes até...). E quando acorde... nunca mais vamos deixar o gigante adormecer "em berço esplêndido", mas sim alçar voo! Aí vai:

Resistência eterna


Por mais difícil que seja
a época,
por mais atroz
o inimigo

não nos importa
suas idéias
dispensáveis, intragáveis

Estaremos sempre de pé
sempre aí
sempre indomáveis

Somos parte
do inexorável…
da onda imparável
da vida

onda que se levanta
quando nos levantamos todos
para o destino
de sermos invencíveis.


Marlos Drumond

sexta-feira, abril 19, 2013

Qué pasó?



¿Que pasó?

Buenos Aires, mi amiga
¿dónde está tu magia?
Busco por las esquinas
en los bares,
no la encuentro!

La música de tus entrañas
¿dónde está?
Tus nubes de vainilla…
¿por qué se vistieron de plomo?

¿Donde están tus calles floridas
de oportunidades?

El fileteado vivo de tu gente
se quedó escondido
en la bruma…

Solo escucho llanto
arrastrándose por las calles…

Ojos cabizbajos
mirando solo el concreto negro
bajo los pies
y temerosos por tantos fantasmas


Tantos corazones fóbicos…
¡Pobres corazones!
¿Cómo cualquier tiniebla vana los invade?

Parece que enfermos
escupen ácido
estornudan humo
y no tienen más ánimo
para cantar tu belleza

Quizás si te canten
te despiertes…


Marlos Drumond