Carta branca
O poeta e o
carteiro são iguais
ambos são
apenas
mensageiros
Entregam as
cartas
que lhes
são mandadas de longe
lá de
trás-dos-montes do tempo
Podem ser
cartas de chumbo,
tóxicas,
cheias de veneno
que
dilaceram as entranhas
que dissipam
como um tornado
as velhas
teias de aranha
Podem ter
os mais belos envoltórios
douradas,
perfumadas
cheias de
amor e doçura
que fazem
derreter até mesmo
o coração
de rocha mais dura
Tudo sempre
depende
do
recebedor...
Mas a
melhor de todas
é a carta
branca
não vazia
de sentimentos
plana e
solitária,
mas como um
presságio...
cheia de
esperança
Marlos Drumond
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