sábado, fevereiro 23, 2013

Olha o que eu achei!

Sim, perdido entre os arquivos do meu CELULAR! Sim, um dia que danei a escever no ônibus ( e no papel fica terrível - minha letra já não ajuda) e decidi escrever aí no celular mesmo. Chama-se "Caçando o ritmo" (en castellano Cazando el ritmo) Nasceu em espanhol, mas pornho as duas versões aqui pra vocês. Um abraço.




Cazando el ritmo

Vivo cazando
un animalito raro
que me aparece cuando quiere

pero creo que él quiere que lo busque
porque me sigue apareciendo
siempre cuando menos lo espero
me sorprende desarmado

ahora este animalito se esconde
en la frontera
entre dos lenguas
y se pone más raro todavía

en una zona sin rima
con otra concordancia
pero su ritmo persiste

y me suena...
me suena
y me suena

desde algún lugar lo reconozco
incomún
familiar

cierro mis ojos entonces
para abrir mis sentidos
y descubro que no lo voy a encontrar
con mi razón

este ritmo estaba conmigo
todo el tiempo
estaba en mi

y todo el tiempo
el animalito raro
era yo
era mi corazón
todo el tiempo

todo el tiempo

todo el tiempo...




Caçando o ritmo

Vivo caçando
um animalzinho raro
que aparece quando quer

mas creio que ele quer que o busque
porque continua aparecendo
sempre quando menos o espero
me surpreende desarmado

agora esse animalzinho se esconde
na fronteira entre duas línguas
e fica mais raro ainda

numa zona sem rima
com outra concordância
mas seu ritmo persiste

e me soa
me soa
e me soa

de um lugar que o reconheço
incomum
mas familiar

então fecho meus olhos
para abrir meus sentidos
e descubro que não vou encontrá-lo
com minha razão

este ritmo estava comigo
todo o tempo
estava em mim

e todo o tempo
esse animalzinho raro
era eu mesmo
era meu coração
todo o tempo

todo o tempo

todo o tempo



Marlos Drumond





 

domingo, fevereiro 17, 2013

Homenaje a Maldita Ginebra

Fala gente, vou por aqui um poema que fiz quando vim de uns dos encontros poéticos mas bonitos que tive na vida. Maldita Ginebra era um encontro poético que acontecia todo sábado no bairro de Abasto qui em Buenos Aires e meus amigos daqui sempre me falaram que era undergroud, que talvez não gostaria, e que o pessoal criticava e te zoava mesmo na tua cara, então tinha que ter muito culhão pra ler lá. E eu que há menos de 2 anos estava em contato com o castelhano, me deu muita vergonha (sou muito tímido... de verdade) ia gaguerjar na frente deles, ia ser um mico daqueles... enfim, nunca fui, e acabei indo só na última...!! Uma suspresa que tive uma noite que acabei decidindo ir sozinho pra ver como era... Quando cheguei lá me perguntei: "Por que nunca vim antes! Isso aqui é lindo!" Era um buraco numa esquina de Av. Corrientes... entrei e senti uma energia tão forte, que todos ali estavam trocando e se alimentando da poesia que estava no ar. Isso era lindo. E fiquei sentado ali escutando tudo aquilo bebendo gin do cara que estava ao meu lado que me convidou... era como se estivesse bebendo poesia. Bom, isso aconteceu numa noite de sábado de Buenos Aires. E não vai ter mas como esta. Por isso escrevi este poema que não consegui traduzir tamanha poteñidade ele tem, é algo sumamente daqui, seria uma heresia eu traduzir (eu que não sei se tenho como passar pro português toda a força que isso tem em espanhol - apenas aprendi a falar!) chamado "Una noche nada más). E queria deixar registrado meu agradecimento aos organizadores pela coragem de manter por tantos anos (acho que mais de 15!) e pela coragem também de terminar um ciclo, que não deve ter sido fácil.
Bem, sem mais delongas lhes apresento:



Una noche, nada más

Un día
me enamoré de la noche
y sus mil ojos estrellados de amor

La fuerza de tu poesía
puso orden en el caos
de mi corazón
y foco a la luz de este faro perdido
por los locos mares de Buenos Aires

Cuantas noches pueden contener el amor?
Cuanto amor puede una sola noche contener?

Maldita, noche, que te conocí
primera de mi futuro
y última de mi antiguo pasado

Cuando al fin me dejaste
salir de tus piernas
ya no quedaba nada más
que una creatura borracha
de amor y ginebra
y orgullosa de su amargura

Pero el cielo iluminado
que antes tenía fugaces nubes de vainilla
ahora el cielo…
El cielo es todo dulzura.