terça-feira, junho 25, 2013

Quando a Maré encher...

Ainda não acredito no que escutei... mais pessoas mortas pela polícia na favela da Maré, no Rio de Janeiro. Incrível como lá nunca se usou balas de borracha... Me pergunto quando os policiais vão deixar de ser capitães-do-mato e quando a Maré vai se encher disso tudo!? Maré, considerem esse poema um barquinho pra iemanjá... um barquinho navegado só pela esperança. MARÉ RESPIRA!

Na respiração da Maré

Há os que se reservam
a observar o mar
Há os que rezam
pelos navegantes
Há os que se soltam nas ondas
e se deixam levar

Há os que respeitam o mar
conhecem a sua força
não o veem como obstáculo
mas sim, outro caminho
a trilhar

Esses ritmaram sua vida
pela respiração da maré
forte, lenta e constante
incessante reveladora de segredos
há tanto escondidos
nas profundezas da memória

E a maré nunca esquece seus filhos...

Com ela, sempre podem contar
pra ela sempre podem voltar
ela, que sempre lhes ensinou
a respeitar o mar

Hoje, na minha cidade
há maré vermelha...
Mas isto não significa
que o mar chegou a morrer

A maré está mais que viva!
Podem tentar sufocá-la...
mas ainda respira.
A maré sofre, mas resiste...
Resiste até ao BOPE

A MARÉ
NUNCA
DORME

Marlos Drumond


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