A penúltima palavra
Quatro da manhã
Nessa hora até a lua
já dormiu
e o sol ainda sonha
Ao longe um ruído
perdido na noite
E eu aqui
cavando palavras
no chão do pensamento
Encontro tantas palavras fáceis...
Poucas certas
(as palavras certas são tão fugazes...)
Não me distraio
e sigo cavando com vontade
com vontade de encontrar
aquela...
Aquela palavra
imprescindível
a palavra que me separa
da morte
do nada
Depois de tanto buscar
de tanto chorar
cavar este chão árido
tão ávido do pensamento
minhas mãos cansadas
de tantas palavras sujas
tocam, enfim, aquela
superfície áspera e dura
Fria como o gelo
traz consigo a própria escuridão
que nenhuma luz alcança
Aquela que guardamos quase esquecida
trancada dentro do coração:
Solidão
Um comentário:
Bonito e visual!
http://mardeletras2010.blogspot.com.br/2013/10/amontoado-de-celulas.html
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