sexta-feira, junho 10, 2005

Dia dos Namorados e o caminhar vazio

"Lá vai o Marlos meter o pau num feriado de novo..." É o que com certeza vocês (meu amigos - até porque ninguém mais lê este blog mesmo) devem estar pensando. Pééééé! Dessa vez vocês erraram, meus caros... Não vou fazer uma crítica em torno da sociedade judaico-cristã na pós-modernindade e do canibalismo consumista globalizado (aliás, ô tema batido esse...). Hoje eu queria falar de amor (tentem ler isso rápido: "na sociedade judaico-cristã pós-moderna de capitalismo consumista e canibal das individualidades"... zzzzzzz... - hehehe, sacal, né?). O que eu quero dizer muita gente já disse, mas não custa repetir (de um modo diferente, é claro) que o amor acontece nas nossas vidas, a gente querendo ou não. Principalmente quando não queremos, quando estamos mais preocupados com as nossas carreiras, projetos profissionais, enfim, tudo o que se exige de nós hoje em dia para sermos bem-vistos, bem-aceitos e bem-quistos na sociedade. O pior é que acontece, e não adianta tentar explicar (acreditem eu até já desisti), ou buscar porquês - "Por que não comigo? Poxa, eu sou tão legal..." ou "Por que eu? Eu não mereço tanto..."

Quando o amor chega até nós, temos duas escolhas a fazer (sim, o amor nos dá escolhas): vivê-lo, ou deixar pra viver mais tarde. Só que o mais tarde pode passar, e não voltar mais, por isso é preciso estar à espreita para o amor. É preciso estar atento, com os canais abertos, para poder captar os "distúrbios na Força" que isso provoca. Intuição valhe... Que coisa estranha é o amor...

Se ficarmos com a primeira opção, teremos um caminho a percorrer, não importa o tamanho dele, se será calmo ou turbulento, pacífico ou violento, o que importa é o caminhar... Já na segunda opção, temos uma conseqüência: o caminhar vazio. Sem esperanças, sem horizonte, apenas o chão para o qual se olha, e para o qual se volta lentamente, até que um dia, toda a nossa vida passa diante dos seus olhos, e aí, veremos que o amor bateu à nossa porta e tivemos medo do que poderia acontecer. (sem chororô, por favor...)

Essa não é uma data pra chorar. Mas pelo menos pra a partir daí, deixar os canais mais abertos, ficar um pouco mais à espreita. Aí um dia (porque o dia chega sim), que sabe...

Agora eu vou deixar aqui publicada uma declaração em forma de poema àquela que fez um novo dia chegar pra mim: minha amada Lílian.

Pirlimpimpim

Estrada nua...
Perdido em pensamentos
pego minha bicicleta dos sonhos
e começo a pedalar.

Pedalo sem descanso,
os pedais não me deixam parar.

Sou forte e veloz,
sou tudo o que poderia querer,
e tenho medo do não,
do não poder.

Longe...
Lá de longe ouço uma voz.
Ela diz: "Espera!"

Me volto para olhar
E lá está você, amada minha,
aproximando-se com olhos de luar, cabelos em ventania...
És meu pirlimpimpim.

Chega-te até mim
e a poeria cósmica do teu amor
dá asas aos meus pés.
Posso, então, voar sozinho,
voar alto e sem pedais.

E agora, bem perto,
ao pé do ouvido,
a mesma e doce voz
me diz: " Vai!"
E eu vou.