quarta-feira, dezembro 22, 2010

Sorrateria

Assim como o ano vai passando e de repente já está no final e logo começa o outro, a poesia tb aparece de repente pra gente, não é?

Sorrateira

Todos os dias a vida me enche
o pensamento
de tarefas, de ordens

Me enche o saco da imaginação
do cimento
da realidade concreta

Mas num dado momento
um momento escondido, qualquer
que a vida me abandona
e eu me disperso

Eis que sorrateira
me chega a Poesia
e me sussurra ao ouvido
"Marlos, me escreve este verso..."

Marlos Drumond



3 comentários:

Anônimo disse...

Sr. Marlos, fiel essa palavra... Não é vício, é necessidade a tal da poesia... E depois a necessidade torna-se vício e tudo se mistura numa dança de emoções, em verso, em lacunas que não se precisa preencher.
Viva a poesia, viva em nós e nós, vivamos para esta, que é maior que nós...


Ignácio

SamaraLemos disse...

Oun *---* Que lindo.. A Poesia é sempre inesperada e amiga fiel. ♥

Belo rebento, Luz e Paz.

Paulo D'Athayde disse...

"Me enche o saco da imaginação do cimento da realidade concreta", maravilhoso esse verso, parabéns.