Novamente, pessoal, venho aqui expor mais um de meus filhotes, para que com o olhar e a fala de vocês, eles ganhem vida e possam sair camihando por aí. Afinal, a gente tem filhos para que eles ganhem o mundo, certo? Eles (os poemas) me fizeram pensar pela primeira vez nessa história de paternidade. Eu acredito que o ato de criação pode conceder esse privilégio que é da criação surpreender o criador, escapar-lhe ao controle das mãos e ganhar vida própria, te constranger, enfim, fazer tudo o que filho faz com os pais na frente dos outros... Pelo menos eu acho que filho sempre mete os pais em roubada, situações de constrangimento e também de maravilhamento com o mundo. Criar, então é agridoce como a vida, e vida é criação.
Bem, vamos ao poema logo:
A montanha e o vento
Tu vais...
Deixa para trás
uma cordilheira esperançosa
pela tua chegada.
A montanha chora
rios de lágrimas
pela tua falta,
deixando marcada
a face voltada
para o lado mais frio
do teu coração.
Mesmo relegado à escuridão
o rio de lágrimas corre,
abre caminhos por planícies e vales
que o levarão até ti,
que fostes para além do mar,
e carrega consigo,
toda uma floresta de memórias.
Mas a esperança permanece
como a montanha...
E tu enfim, retornas
para novamente abraçar a montanha
e fazê-la sibilar nas suas frestas mais profundas,
abrindo caminho pelas nuvens
trazendo um novo sol,
redescobrindo a montanha
e toda a vida que te esperava...
30/09/05
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